Gérard Moss
Ropraz, Suíça
1955
Para Gérard Moss, é um privilégio “ver a Terra de cima”. É pelo ar que ele explora o Brasil. A bordo de um pequeno avião, acompanha as transformações sofridas pelo planeta desde sua primeira volta ao mundo, há 20 anos. Do alto, vislumbrou a riqueza da maior reserva de água doce do planeta.
A viagem não apenas abre nossas mentes, ela cria nossas mentes, dizia o escritor Bruce Chatwin, que estudou povos nômades. Gérard Moss pode ser considerado um tipo contemporâneo de nômade, um viajante que faz do movimento seu meio de vida e uma forma de lutar pelo ambiente.
Nascido na Inglaterra, filho de suíça, mudou-se aos 4 anos para a Suíça. Conheceu o Brasil durante as férias de 1981. Dois anos depois, transferiu-se para o Rio de Janeiro para exportar soja.
Em Búzios (RJ), conheceu, em 1985, sua esposa e companheira de aventuras, a queniana Margi Moss. Fechou a empresa e passou a viajar pelo mundo. Aliado a cientistas e universidades, transformou as viagens em livros e projetos voltados para o ambiente.
“Agora todo o mundo sabe que o Brasil não é só futebol e carnaval, que também é o país da água.”
Rios Voadores, sua mais recente expedição, estuda as correntes de ar que carregam umidade da Amazônia até o Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil.
Naturalizou-se brasileiro em 2006. “Sinto-me suíço-brasileiro.”
O próximo passo, segundo ele, é “passar para a ação”. As decisões que serão tomadas aqui no Brasil afetarão o futuro de todos os países. “Temos de achar soluções.”