Imigração Suíça no Brasil
Entre os séculos XVI e XVIII, os primeiros suíços que vieram ao Brasil foram religiosos. Logo no início do século XIX, a Europa foi atingida por dificuldades econômicas e falta de alimentos e muitos comerciantes suíços buscaram uma nova perspectiva no Brasil. Eles trabalhavam principalmente na relojoaria e no comércio de seda e algodão.
Nessa época, a maior parte dos suíços no Brasil vivia na colônia suíça em Villa Viçosa de Madre de Deus, no Estado do Amapá. Em maio de 1818 foi firmado um acordo entre a Corte Real Portuguesa e o Governo do Cantão de Friburgo para promover a emigração no Brasil. Em 1819, após uma longa e perigosa viagem, cerca de duas mil pessoas fundaram a colônia de Nova Friburgo no interior desse Estado e até 1857, mais outros dois mil suíços chegaram para trabalhar nas plantações de café na região de São Paulo.
A imigração suíça continuou até os anos 1920, criando vários assentamentos tais como Santa Luzia e Santa Clara (1824) no Rio Grande do Sul ou Superagui (1852) no Paraná. Em Santa Catarina, além das Colônias Nova Helvetia (1897), Presidente Getúlio (1904) e Bom Retiro (1922), suíços participaram da fundação da cidade de Dona Francisca (1851), atual Joinville. Em São Paulo, participaram da criação da Colônia Holambra II (1860) e da Colônia Helvetia (1888), em Indaiatuba.
Estima-se que, em 1870, viviam no Brasil 2.500 suíços. Este número cresceu para 3.300, em 1900, e chegou a 4.250, em 1930. Ao longo do século XX, suíços continuaram a emigrar para o Brasil. Hoje, a comunidade suíça no Brasil é a segunda maior da América Latina, com mais de 15 mil pessoas.
Embora as motivações variem conforme a época e a história individual, cada suíço que desembarcou no Brasil trouxe na bagagem um pouco do seu país e de sua cultura. Muitos artistas brasileiros de origem suíça contribuíram para a criação cultural do país nos campos da música, cinema, dança, fotografia, artes cênicas, etc. Na arquitetura, o movimento modernista iniciado na Suíça encontrou um lar no Brasil, onde floresceu. Hoje, intercâmbios entre artistas na cultura digital se multiplicaram. Esse movimento é incentivado pelo Conselho Suíço de Artes Pro Helvetia, que mantém um programa permanente de residências artísticas, coproduções e parcerias com artistas e entidades culturais locais, com o objetivo de aumentar a percepção da cultura suíça em todo o Brasil.