SUÍÇOS
DO BRASIL

BRASIL

SUÍÇOS
DO BRASIL

SUÍÇA
BRASIL

George Leuzinger

Mollis, Suíça
1813 – 1892

Sem o trabalho do suíço Georges Leuzinger, muitas das paisagens do Brasil do século XIX em gravura e fotografia não seriam conhecidas.

Em 2 de janeiro de 1833, o jornal Diário do Rio de Janeiro noticiou a chegada do BergantimFrancez Les Drigas, com “56 Suissos Colonos e 8 Francezes” a bordo.

Depois de 54 dias de viagem a partir do porto de Havre, na França, desembarcava sozinho no país Georges Leuzinger, com 19 anos e falando apenas alemão. Ele vinha para trabalhar na firma de importação e exportação de propriedade de um tio.

Natural de Mollis, cantão de Glarus, Georg Leuzinger nasceu em 31 de outubro de 1813. Filho de Georg Leuzinger e Sabine Laager, chegou ao Rio de Janeiro em 30 de dezembro de 1832. Posteriormente adotou a forma afrancesada do nome, Georges.

A firma do tio faliu em 1840. Ele iniciou um pequeno negócio de edição de litografias, no mesmo momento em que era inventado o daguerreótipo, em Paris.

Anos depois o empreendimento tornou-se um complexo editorial, a Casa Leuzinger, polo de publicações que colocaria o Brasil no mesmo nível da produção fotográfica europeia.

Ainda em 1840 casa com a francesa Anne Antoinette du Authier – conhecida como Eleonore– com quem teve 13 filhos: Sabine Christine, Anne Marie, Georges Henri, Mathilde, Eugenie, Jean Edmond, Victor Ulrich, Léonie Emilie, Gabrielle Marie, Paul Alphonse, Elise Georgianne, Georges e Jules Adolf.

Adquirida como papelaria, na rua do Ouvidor, com o passar do tempo a Casa Leuzingerpossuía oficinas de litografia, encadernação e fotografia, além de papelaria, tipografia eestamparia de livros e gravuras. Foi referência em artes gráficas, impressão e divulgação de gravuras e fotografias. A casa produzia as próprias imagens e comercializava obras de fotógrafos como Marc Ferrez (1843-1923) e Albert Frisch (1840-1918).

Como fotógrafo, Leuzinger realizou na década de 60 um importante e pioneiro trabalho de documentação do Rio de Janeiro, incluindo cenas urbanas, vistas de Niterói, da Serra dos Órgãos e de Teresópolis.

O ateliê fotográfico foi criado em 1865, provavelmente dirigido pelo genro Franz Keller, marido de Sabine Christine. Em 1867 o trabalho do ateliê ganhou uma Menção Honrosa na Exposição Universal de Paris, com um panorama tomado da ilha das Cobras, e foi a primeira premiação internacional do Brasil em fotografia.

Leuzinger editou o Catálogo da Exposição de História do Brasil para o evento realizado entre 1881 e 1882 pela Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro, considerado pelo historiador José Honório Rodrigues (1913-1987) “o maior monumento bibliográfico da história do Brasil até hoje erguido”.

Dentre outros trabalhos, editou uma série de fotografias da Amazônia, de autoria do fotógrafo alemão Albert Frisch, o álbum Rio de Janeiro et ses environs, provavelmente em 1868, e Caminho de Ferro de D. Isabel, em 1875.

Para preservar seu trabalho como editor de estampas, Leuzinger doou para a Seção de Iconografia da Biblioteca Nacional um conjunto de 114 imagens de gravuras e desenhos.

O Instituto Moreira Salles possui a maior coleção de trabalhos de Leuzinger e Albert Frisch, com mais de 500 exemplares e detém, desde 2000, por doação de seus descendentes, oarquivo de 290 documentos, com imagens e correspondências de família que o filho Paul reuniu entre 1850 e 1903.

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