Susanne Gerber-Barata
Zurique
1956
Estilista e designer de moda formada pela Faculdade de Belas Artes de Zurique, Susanne Gerber-Barata tem várias qualificações. Diplomada em costura pela Escola Frauenfachschule, em Winterthur, especializou-se em malharia em Wattwil, frequentou curso de jornalismo de moda em Lucerna e fez licenciatura em alemão na Universidade Federal do Paraná.
Antes de morar no Brasil, desenhou lingeries, casacos e tailleurs femininos, foi redatora de revista de moda, consultora, empresária no setor de malharia masculina e professora de desenho de moda na Suíça.
Natural de Zurique, cresceu em Steckborn, no cantão da Turgóvia.
Desde 1996 mora no Brasil e diz que a história é divertida: “Eu não sabia nada do Brasil, achava que aqui falavam espanhol, tinha todos os preconceitos possíveis. Daí, conheci um paraense, vim várias vezes para cá e me casei com ele”.
Ele é Lauro E. S. Barata, professor de química de produtos naturais, aposentado pela UNICAMP e hoje professor sênior na Universidade Federal do Oeste do Pará, em Santarém. Eles se conheceram em uma feira de negócios na Suíça.
Susan, como é conhecida, viveu até 2015 em Campinas/SP, onde o marido dava aulas. Entre 1996 e 2013 foi professora particular de alemão, deu aulas num centro acadêmico da UNICAMP e foi proprietária de uma escola de idiomas.
Quando mudaram para Alter do Chão, distrito de Santarém, ela descobriu uma nova paixão.
Em um artigo que escreveu para o jornal comunitário O Boto, conta que encontrou nas terras nortistas um campo tão vasto quanto saboroso para retratar a sua paixão pela culinária da floresta amazônica.
Sua curiosidade e interesse por peixes, açaí, caju, tucupi, pupunha e queima da castanha são temas de seus artigos para O Boto, do qual é colaboradora. Alguns assuntos e pesquisas acabaram virando livros que misturam reportagens, muitas fotos e receitas, como Sabor Amazônico e Pescaria Amazônica, publicações on-line escritas de forma didática, mas bem-humorada.
“Comer sempre foi uma coisa muito importante e esse interesse nasceu porque sou gulosa. Quando vim para cá, comecei a pesquisar e percebi que tem pouco sobre peixes e nada sobre a alta culinária, as pessoas não sabem tudo o que se pode fazer com os ingredientes locais. Vou explorando, dando valor às coisas que não valorizam por aqui, é minha modesta contribuição à Amazônia”.
Escreveu outros dois livros, que foram publicados por uma editora alemã: Brasilien!, relatando sua vinda para o país, e 50 Mal Mund auf Brasilien, um pequeno guia do que comer no Brasil.
Susan também se envolve com os problemas locais, como a campanha que organizou para a separação do lixo: “Na Suíça tudo é muito democrático, todo mundo pode mudar alguma coisa. É o que faço aqui, onde as pessoas não estão acostumadas que alguém cobre e aponte o que não está certo. São pequenas coisas, mas é a primeira vez que me sinto realmente útil.”