Jacob Joye
Villaz-St-Pierre, Suíça
1791–1866
Como passageiro do Urânia, Jacob Joye, primeiro pároco da vila de Nova Friburgo, realizou os ofícios fúnebres de 109 suíços, entre adultos e crianças, que morreram durante a viagem que os trouxe ao Brasil. O relato da viagem, feita em 1819, permite reconstituir os primórdios da colônia.
Ao desembarcar no Rio de Janeiro, Joye escandalizou-se ao primeiro contato com a escravidão. “Durante o dia não vimos senão negros, eles fazem todo o trabalho. A maneira como são tratados me causou uma impressão extremamente sensível, tanto que não podia esperar o momento de voltar a bordo”, escreveu.
Pouco tempo depois, revelaria outra disposição em suas fazendas, mantidas às custas do trabalho de escravos e de órfãos da colônia.
O abade dedicou sua intransigência ao primeiro pastor luterano do Brasil, Friedrich Sauerbronn, que chegou em 1824 a Nova Friburgo. Para seu desgosto, o pastor ergueu um templo antes que ele o conseguisse. Cansado de solicitar a construção de uma igreja, Joye optou por uma solução insólita: em 1837, transferiu as cerimônias religiosas para as dependências da Câmara.
Joye participou ativamente da vida política e deve-se a ele a fundação da primeira loja maçônica de Nova Friburgo. Entre acertos e conflitos, a partir de 1841 recolheu-se em sua fazenda de São José do Ribeirão.