Frank Schlossinger
Heidelberg, Alemanha
1913 – 1991
Frank Schlossinger veio ao Brasil pela primeira vez aos 19 anos, a passeio. Depois, voltou em 1936 para construir o Curtume e Artefatos Paulistas, na cidade de Itatiba, cuja primeira planta data de 1939.
Foi um dos cem primeiros pilotos brasileiros. Aos 20 anos tinha o curtume, um brevê e seu próprio avião.
De pai alemão e mãe suíça, nasceu em Heidelberg em 1913 e ainda garoto mudou com a família para Kilchberg, na Suíça.
Com a morte do pai – que tinha fábricas de tripas na Alemanha, Suíça e França –, começou a trabalhar. Tinha então 16 anos. Em 1926 fechou a fábrica de Hamburgo, foi trabalhar na Swift, mas resolveu dar um novo rumo à vida e veio abrir o curtume, que viria a abastecer as selarias próximas à Estação da Luz.
Sua mãe Emy Marx Schlossinger, nascida em Kilchberg, fundou em São Vicente (SP) em 1949 o Lar Escola Infantil Suíço-Brasileiro para crianças abandonadas. Era amiga de Dorina Nowill, que ficou cega e para quem datilografava e traduzia os livros em francês e alemão.
Em 1945 casou-se com Adrienne Stern e teve duas filhas: Sylvia e Nicole. Sempre morou no bairro do Pacaembu e sua vida se passava entre São Paulo, Itatiba, Guarujá, Zurique e Genebra.
No Guarujá, gostava de caminhar com a família e os amigos até a ponta das tartarugas. Nas férias, alugava um terreno – onde hoje fica o Casa Grande Hotel – e eram os únicos que tinham charrete com cavalo, que ele trazia da fazenda.
Empresário influente, era assíduo nas reuniões da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira. Promovia muitos encontros com artistas e empresários associados a Swisscam.
“As festas em casa eram sempre entre suíços. Éramos vizinhos de Erich Kocher, da Horasa, tínhamos estreito contato com Theodor Seiler e seus filhos, com o arquiteto Erich Meili e com o pintor John Graz.
A caminho do curtume em Itatiba, todas as sextas-feiras, Jundiaí era uma parada obrigatória para visitar Joseph Pfulg, na Vulcabrás”, recorda Sylvia Schlossinger Demetresco.
Os Sigrist, Vernier, Moser, Waelchli, Benz, Debrunner, Schwartz, Dubois, Brauen e Berthier, dentre outros nomes da colônia suíça, eram amigos da família.
Tinham duas fazendas: uma em que moravam e outra, com a plantação de acácias, espécie que produz o tanino que era usado para curtir o couro. Na década de 70 as terras e o curtume foram doados para a Escola de Engenharia de Itatiba.
Frank Schlossinger faleceu em 1991.