Ernst Widmer
Aarau, Suíça
1927–1990
Compositor, regente e pianista, Ernst Widmer trouxe uma dose de inconformismo ao ensino de música quando desembarcou em Salvador, em 1956, a convite do maestro Hans-Joachim Koellreutter. Veio para participar dos Seminários Livres de Música da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que mais tarde deram origem à Escola de Música e Artes Cênicas.
Widmer estudou no Conservatório de Zurique entre 1947 e 1950, período em que Béla Bartók exerceu sobre ele forte impressão. Na Bahia, fundiu a influência das vanguardas europeias e norte-americanas com ritmos afros e música folclórica. Colocou uma pitada de dendê e de eletroacústica na música erudita.
“O serialismo, pós-serialismo, mesmo o minimalismo são uma espécie de modismo que muitos brasileiros adotam porque vêm de fora. Enquanto nós já temos aqui, na fonte, o candomblé, o batuque do candomblé, que é uma música minimalista e que tem toda aquela pujança”, dizia.
Compôs ópera, sinfonias, balés, missas, oratórios. Criou peças para instrumentos e fita magnética, trilhas para teatro e filmes. Foi diretor da Escola de Música da UFBA.
Quando lançou o Grupo de Compositores da Bahia, em 1966, anunciou: “Para encontrar a nossa identidade, precisamos nos livrar de preconceitos, preceitos, correntes, correias e escolas”.
Naturalizou-se brasileiro em 1967. Quando se aposentou, estreitou novamente os laços com a terra natal. Em 1987, comemorou seus 60 anos em um concerto organizado pela administração do cantão de Aargau. No ano seguinte, foi fundada na cidade de Aarau a Sociedade Ernst Widmer (Ernst Widmer Gesellschaft).