Ernesto Niklaus Moeri
Murten, Suíça
1945–2019
Ernesto Moeri quis ser geólogo não por vocação, mas pelo desejo de viajar, de conhecer terras estrangeiras e a profissão lhe daria o desafio e a aventura que buscava.
Natural de Murten, no cantão de Friburgo, nasceu em 6 de dezembro de 1945. Estudou em Berna desde o jardim de infância, onde o pai trabalhava no comércio de antiguidades.
Doutor em Geologia pela Universidade de Berna, veio ao Brasil pela primeira vez em 1971, quando ainda era estudante, pesquisar as formações calcárias no norte de Minas Gerais. Durante seis meses viajou pela região e se encantou com a beleza do país e com a riqueza cultural do povo brasileiro.
À época, ainda não sabia que seu destino estava ligado ao Brasil.
Depois do doutorado, recebeu convite para participar de uma expedição à Groenlândia. Com o objetivo de descobrir depósitos de metais e pedras preciosas, a exploração duraria um ano e para que Christine o acompanhasse, em fevereiro de 1975 se casaram e mudaram para a costa leste da ilha.
De novo, o geólogo entrava em contato com uma natureza grandiosa.
A esposa o ajudava no laboratório, preparando amostras das pedras e, ocasionalmente, o acompanhava em passeios de trenó que duravam vários dias.
Em 1976, foi convidado para trabalhar primeiro na Bolívia e logo depois voltou ao Brasil, onde recebeu proposta de trabalho da empresa alemã Klöckner.
Foram então para a Bahia e se instalaram em Campo Formoso.
No ano seguinte mudaram para Salvador, onde nasceram as filhas Stefania, formada em Escola de Hotelaria, e Ana Cristina, geógrafa. Foi na Bahia que ele se naturalizou brasileiro e adotou o nome Ernesto.
Sete anos depois a família mudou para São Paulo. Moeri fundou a Geoklock, empresa que se tornou pioneira no Brasil em tecnologia ambiental.
Em 2001, criou o Instituto Ekos Brasil, uma organização não-governamental dedicada a promover o desenvolvimento sustentável, trabalhando em estreita colaboração com a filha Ana Cristina, que hoje dirige a ONG.
De 2000 a 2006, foi presidente da Câmara de Comércio Suíço-Brasileira e, posteriormente, membro do conselho da Swisscam.
Moeri descobriu nova paixão em 2007: com o seu Cessna, fez inúmeras viagens para os cantos mais remotos da América Latina. As paisagens que conhecia pelo solo, agora eram vistas do alto. Seu grande sonho era fazer uma viagem da Amazônia à Groenlândia, seguindo os traços das mudanças climáticas.
Fez cursos de fotografia, tinha várias câmeras e se especializou em fotos aéreas.
Em fevereiro de 2019, quando sobrevoava a floresta tropical no Estado do Pará, sofreu um acidente e faleceu aos 73 anos de idade. Levava a tiracolo uma Leica, sua câmera predileta.